O multicampeão de Fórmula 1 Lewis Hamilton, que disputa durante este fim de semana o Grande Prêmio de Miami da categoria, decidiu aproveitar a oportunidade para protestar contra o governo local. A Flórida aprovou em 2022 uma lei proibindo temas como orientação sexual e ideologia de gênero de serem abordados nas escolas de todo o estado. O britânico usará um capacete com as cores do arco-íris, tradicional símbolo da comunidade gay no mundo inteiro. 

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo), entidade que rege as principais categorias do esporte a motor mundial, proíbe pilotos de se manifestarem publicamente sobre questões relacionadas à justiça social durante eventos oficiais, como é o caso. Hamilton não se intimidou e chegou a comparar a Flórida à Arábia Saudita, onde relações afetivas entre indivíduos do mesmo sexo são proibidas – o que não acontece no estado governado pelo Republicano Ron DeSantis.

O piloto tem um longo histórico defendendo minorias, sendo ele próprio não só o primeiro piloto negro da F1, mas também recordista em títulos mundiais, ao lado do alemão Michael Schumacher, com sete conquistas. Ele também é conhecido por desrespeitar imposições da FIA que considera injustas, como a proibição de vestir joias em corridas. Resta ver se a nova afronta será ignorada pela organização. O fato de ter feito uma comparação desproporcional e desarrazoada pode, desta vez, complicar a vida do britânico, lembrando que a empresa que hoje detém os direitos sobre a Fórmula 1, a Liberty Media, é norte-americana.