As declarações desastrosas de Lula sobre a guerra na Ucrânia acabaram lançando uma tendência que parece não ter prazo de validade: líderes de outras nações, direta ou indiretamente, revelando para a comunidade internacional que o presidente brasileiro não é exatamente o produto que foi oferecido ao mundo.
Volodymyr Zelensky, o mandatário ucraniano afeito a holofotes e chroma-keys, foi o primeiro a apontar para o elefante na sala – e desde então não deu descanso ao indicador.
“Para ser honesto, pensei que ele tinha uma compreensão maior do mundo”, disse ele no último dia 6/8 à agência de notícias EFE.
Quem também rapidamente se deu conta do buraco sem fundo em que se enfiou foi Joe Biden. Embora o presidente americano não tenha feito menções diretas às trapalhadas diplomáticas do petista, a insatisfação da Casa Branca vem sendo repetidamente explorada pela mídia, em especial após Lula dizer que os Estados Unidos fomentavam a invasão russa na Ucrânia através de suporte bélico-financeiro a Kiev.
O mais recente líder a jogar lenha na fogueira foi Emmanuel Macron.
“Somos uma potência amazônica através da Guiana. Gostaria que o Brasil e as potências da região pudessem aceitar nossa inscrição”, disse ontem o presidente francês, pressionando o Brasil a integrar a Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia.
A explicação para tudo isso é simples. Luís Inácio escolheu seguir a cartilha russo-chinesa, e não tem dado um espirro sequer sem a benção de Vladimir Putin e Xi Jinping. Ao fazê-lo, abriu mão da histórica neutralidade do Brasil em conflitos estrangeiros, nos atirando no colo de uma vertente geopolítica que não conta com a simpatia do ocidente.
Em sua defesa Lula pode dizer que quem o conhece sempre soube que a etiqueta não representava o conteúdo. Na ânsia de voltar a contar com alguém alinhado a interesses estrangeiros à frente do chefe-mor das riquezas amazônicas, as grandes potências ocidentais fingiram não conhecer o DNA mais que duvidoso do democrata de fachada condenado por corrupção e livrado por uma manobra jurídica pirotécnica – e subitamente, por mais que não queiram admitir, parecem sentir saudades do bom e velho picolé de limão.