O deputado federal André Fernandes (PL-CE) confirmou que a CPMI do 8 de janeiro terá uma espécie de relatoria paralela, em contraposição àquela protagonizada pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que pertence à bancada governista e é notória aliada política de Flávio Dino, um dos principais alvos de investigação da oposição dentro da comissão.
Fernandes, que é membro integrante da CPMI, pretende assim oferecer uma visão diferente daquela apresentada por Gama, mesmo ambos dispondo do mesmo material colhido no decorrer das investigações, como depoimentos, documentos e imagens das invasões. A tendência é que a senadora tente atribuir a culpa pelos eventos a Jair Bolsonaro e seus apoiadores, enquanto o deputado evidenciará a participação de infiltrados e a leniência do governo na prevenção dos incidentes.
É importante salientar que é prática comum em comissões parlamentares a apresentação de relatórios paralelos quando parte do colegiado discorda da abordagem da relatoria oficial.
PF ACUSA ANDRÉ FERNANDES
De acordo com relatório da Polícia Federal, Fernandes teria incentivado as invasões do 8 de janeiro. Isso porque o deputado fez uma postagem em sua conta oficial do Twitter com a imagem da porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, arrancada e levada pelos invasores, e escreveu: “Quem rir, vai preso”.
Causa estranheza, uma vez que o ato já havia ocorrido, não existe incentivo a evento pretérito. Além disso, é público e notório o apoio das esquerdas brasileiras a atos depredatórios, por exemplo, do MST, inclusive contra o próprio STF, sem que haja qualquer tipo de responsabilidade atribuída pela justiça a parlamentares afeitos à conduta.