Lula respondeu de forma indireta às declarações de Carlos Alberto de Nóbrega sobre sua formação acadêmica. Durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (3), o comediante expressou sua desaprovação em relação à eleição de um indivíduo sem diploma universitário para governar, alegando que isso levaria o país ao fracasso.
Em uma postagem em sua conta no Twitter, o petista comparou a trajetória educacional do Brasil com a da Argentina, reforçando o compromisso de seus primeiros dois mandatos com a questão. Embora sem mencionar Carlos Alberto de Nóbrega diretamente, Lula destacou que em 1918 a Argentina já havia realizado sua primeira reforma universitária, enquanto o Brasil ainda não possuía sua primeira universidade.
Lula enfatizou que, quando ele e José de Alencar assumiram a presidência, eles não possuíam diplomas universitários, mas tinham plena consciência de que nenhum país pode se desenvolver sem investir primeiramente na educação. Dessa forma, o presidente indicou sua convicção sobre a importância da educação para o progresso do país e rebateu indiretamente as críticas relacionadas à sua formação acadêmica.
O que o presidente esquece é que número de universidades não é parâmetro para nível de educação de país nenhum. De que adianta formação se não há empregos? Um estado pesado, com um governo que manobra contra o livre mercado, termina por expelir jovens com diplomas e sem experiência em um mercado de trabalho em colapso. E mesmo as universidades que existem, salvas raríssimas exceções, apresentam desempenho pífio em comparação a instituições de outros países, em todos os rankings de qualidade de ensino que se tem notícia.
Formação acadêmica é pré-requisito para qualquer posição de destaque no mercado de trabalho, inclusive para cargos ofertados via concursos públicos, não há como abrir exceção para o chefe máximo do país. O que Lula diria, por exemplo, sobre a idade mínima prevista em lei para concorrer ao cargo de presidente da república? Se o diploma é dispensável, por que não banir outros critérios?
Com a palavra, o presidente.