Quando surgiram as narrativas das joias sauditas que Jair Bolsonaro teria tentado contrabandear para dentro do Brasil, uma das principais críticas elencadas pela esquerda era a de que o príncipe Mohammed bin Salman al Saud, o homem que entregou as joias ao representante do presidente, seria um genocida.
Isso porque Salman é acusado de mandar executar em 2018 o jornalista Jamal Khashoggi. Além disso, dados fornecidos pela Organização Saudita Europeia para os Direitos Humanos indicam que a Arábia Saudita teve entre os anos de 2015 e 2022 uma média anual de 129 execuções.
Países islâmicos mantém tradições rígidas contra autores de crimes considerados graves; sempre baseados em seu livro sagrado, o Alcorão. Isso costuma causar um fenômeno bastante comum no campo progressista, a contradição, uma vez que os mesmos muçulmanos que são condenados por tratarem criminosos com rigor em seus países são defendidos fervorosamente quando estão na situação de imigrantes.
Joias, execuções, religiões e contradições à parte, Lula se reúne hoje justamente com o príncipe Salman. O encontro é parte da agenda de mais um tour internacional do presidente da república e da primeira-dama, Janja.
Veremos o que os críticos de Bolsonaro dirão a respeito – e também se a Receita Federal vistoriará a bagagem presidencial em busca de pedras preciosas quando a comitiva retornar.