Antes de qualquer coisa, tiremos o elefante da sala: o espetáculo grotesco e libertino promovido por organizadores e participantes de paradas gays ao redor do mundo não tem como objetivo combater o preconceito, promover a igualdade ou fomentar a aceitação. Muito pelo contrário, esses eventos não passam de ferramentas de engenharia social projetadas com o intuito de dividir a sociedade ao exaltar diferenças, servindo como palco para discursos anti-família e jogando contra a causa pessoas que normalmente seriam indiferentes a ela.
O cidadão médio, aquele preocupado em colocar comida na mesa, comprar o material escolar dos filhos e pagar a conta de luz, tem a discussão em torno das pautas LGBT em nível de prioridade tão baixo que é como se ela não fizesse parte de sua realidade; mas uma vez confrontado com imagens de homens seminus em vias públicas, discursos subversivos e crianças sendo expostas a tudo isso, ele começa, finalmente, a se importar, mas não com a simpatia que a esquerda finge almejar.
Que o marxismo moderno usa as ditas minorias como peões em um jogo que visa a fragmentar para conquistar, isso não é novidade. O que essas pessoas não enxergam é que a luta contra o preconceito não deveria ser impulsionada por gritos de orgulho e shows de lascívia, mas sim com campanhas que incentivassem a indiferença, a aceitação, aí sim, de pessoas que desejam simplesmente viver suas vidas sem um alvo na testa, sem dedos apontados – e isso é tudo que eventos como o ocorrido ontem em São Paulo não exercitam.
A grande verdade é que a maioria do público LGBT – sigla que, aliás, já foi tão deturpada que virou uma sopa de letrinhas indecifrável e inócua – quer mesmo é simplesmente poder andar por aí sem ser notado. Igualdade é ignorar diferenças, sejam elas sexuais, étnicas, religiosas ou ideológicas. A partir do momento em que uma iniciativa que alega ter como objetivo promover a igualdade prioriza as diferenças, você enxerga claramente que tudo não passa de um grande teatro – e que quem se deixa enganar por ele é o maior dos prejudicados.