ACABOU O AMOR: PT PROCURA MANEIRA DE SE LIVRAR DE JANONES

Foto: Reprodução Twitter

Um belo dia, o pré-candidato à presidência da república André Janones (Avante-MG), após anos e anos de ácidas e constantes críticas ao PT, acordou e decidiu que Lula era a solução para todos os problemas do Brasil. O deputado mineiro então renunciou à corrida presidencial, declarou seu apoio ao petista, e foi imediatamente alçado à posição de guru digital da campanha de seu agora ex-adversário.

Janones foi peça chave para a vitória de Lula, isso é inegável. Agraciado com o direito de propagar fake news, ele o exerceu com a mesma ferocidade com que Gilmar Mendes distribui seus habeas corpus, e foi responsável por uma onda de ataques jamais vista em qualquer campanha eleitoral. Foram tantas as mentiras, entoadas com tamanha desfaçatez e desenvoltura, que qualquer um seria capaz de jurar que o deputado saíra não do ventre de sua mãe, mas do fígado de seu chefe. E assim continuou a fazê-lo, mesmo depois da posse de Lula, da formação dos ministérios e da definição de lideranças; tudo isso sem que ele, Janones, obtivesse qualquer papel de destaque, ou mesmo reconhecimento público por sua lealdade de ocasião.

Mas tudo na vida tem um limite, ainda mais em se tratando de alguém que sempre apresentou traços marcantes de esquizofrenia e evidente fragilidade emocional. Em menos de 24 horas André Janones externou sua insatisfação, primeiro, com uma frenética sequência de tuitadas reivindicando vaga na CPMI do 8 de janeiro, em uma delas dizendo “JANONES NA CPMI é o assunto mais comentando do MUNDO neste momento no Twiter! Vocês são demais!”; depois, se colocando à disposição do Planalto para assumir o ministério do meio ambiente em lugar de Marina Silva: “Quero aproveitar o espaço que vocês me dão nas redes e aqui no congresso, pra ser mais um soldado na luta do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério dos povos indígenas. São pastas das mais importantes no desenvolvimento social sustentável, nesse momento de reconstrução. Contem comigo!”, escreveu Janones, também no Twitter; e finalmente, em entrevista à Andréia Sadi, soltando sua versão da bomba atômica:

“O governo está cheio de analfabeto digital. Eu tentei ajudar, falei 300 vezes: não estou falando publicamente por falar. Eu cansei de falar em privado e ninguém fazer nada. O bolsonarismo dá um baile na nossa comunicação”.

E AGORA?

O PT desde o início esteve ciente de que esse momento chegaria, mas está acostumado a lidar com situações infinitamente mais complexas que um deputado bipolar dando chiliques em redes sociais – estamos falando do partido responsável pelo maior esquema de corrupção da história e que, mesmo assim, sabe-se lá como, retornou ao poder menos de sete anos após ser enterrado vivo.

Já André Janones, coitado, parece ter acreditado em promessas de que seria premiado com algum tipo de protagonismo no governo que ajudou a eleger. Dois erros para a conta do deputado. Primeiro, acreditar em promessas do PT. Segundo, achar que sairá com todos os dentes na boca ao insistir com as cobranças. Se for este o caso, fatalmente descobrirá, da pior maneira possível, que não está lidando apenas com um partido político.

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