O embaixador ucraniano Ruslan Spirin, homem de confiança do presidente Volodymyr Zelensky, deu uma declaração que deve ter tirado o sono de Lula.
“Eles (EUA e UE) estão defendendo nosso país. Eles têm direitos, não estão atacando a Rússia. Estão nos defendendo da mesma forma que poderiam defender o Brasil contra qualquer inimigo, se alguém quisesse conquistar o território do Brasil. O que vocês achariam, por exemplo, se a Amazônia fosse ocupada? E surgisse alguém dizendo: por que não deixar assim mesmo? Por que vocês não deixam (o território invadido) para essas pessoas? É para terminar a guerra!”, questionou o diplomata Spirin, enviado especial da Ucrânia para a América Latina.
Ele fez referência à proposta do presidente brasileiro de abrir mão de Crimeia e Donbass, territórios ucranianos invadidos pelas tropas russas, para dar fim à guerra. As falas de Lula sobre o tema foram um desastre diplomático para o Brasil e geraram péssima repercussão no mundo inteiro.
Como tentativa de conter a sangria, o governo enviou o assessor especial Celso Amorim à Kiev para conversar com Zelensky, medida elogiada por Spirin: “Esta visita é muito importante para nós, para os dois países e para todo o mundo, porque, como um dos líderes mais importantes da América Latina, o Brasil representa uma certa posição dos países que querem alcançar a paz. A propósito, para a Ucrânia, restabelecer a paz também é a prioridade número um”.
O empecilho diplomático que permanece, no entanto, é a insistência do presidente brasileiro em criticar a Casa Branca pelo envio de recursos militares à Ucrânia. Somente esta semana os Estados Unidos liberaram U$ 1,2 bilhão com este propósito, em um total de quase U$ 40 bilhões desde o início da guerra. De acordo com Lula, ao fazê-lo, o governo americano estimula o conflito e não colabora com as tratativas de paz
