A farra do ‘toma lá dá cá’ entre executivo e legislativo está pouco a pouco voltando a ser como era em seus áureos tempos, antes do governo de Jair Bolsonaro. Sob pressão devido à votação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e à iminente apreciação da Medida Provisória da Esplanada, o governo federal realizou pagamentos de cerca de R$ 1 bilhão a deputados e senadores, isso em menos de duas semanas. O objetivo é agradar os congressistas e obter maior poder de negociação nas votações.
Ontem o Planalto conseguiu, com providencial auxílio do centrão, aprovar sua pauta mais urgente, o chamado arcabouço fiscal, série de medidas econômicas que, na prática, inflam o teto de gastos, enfraquecem a Lei de Responsabilidade Fiscal e dão ao governo acesso a um montante cerca de dez vezes maior que aquele utilizado pela gestão anterior. O aceno financeiro foi tão sedutor que trinta deputados do PL, partido de Jair Bolsonaro, considerados do núcleo duro da oposição, votaram sim para o projeto.
CONSEQUÊNCIAS
A ideia de um estado pesado e intervencionista até pode a princípio passar a impressão – e dar a sensação – de um governo que faz. O contribuinte só esquece que quem está pagando esta fatura é ele próprio, através principalmente do aumento abusivo de impostos. No final das contas, preto no branco, o ônus é sensivelmente superior ao bônus, mas nem sempre a população tem essa clarividência.
