Eduardo Appio, juiz federal afastado do comando da lava jato após ser gravado assediando o filho de um desembargador, já esteve frente a frente com Sergio Moro quando o senador ainda chefiava a operação.

A peculiar situação ocorreu no ano de 2015, quando o ex-deputado petista André Vargas era investigado pela compra de um imóvel por valor maior que o declarado, supostamente com a intenção de lavar dinheiro de propina. O proprietário anterior era justamente Eduardo Appio. Vargas admitiu ter declarado um valor menor do que o efetivamente pago pela compra de sua casa em Londrina, Paraná, à Receita Federal, mas negou que essa subavaliação tenha sido realizada com o intuito de lavar dinheiro; e afirmou que a alteração do valor foi feita a pedido do juiz. O petista se defendeu afirmando que todos os seus bens estavam devidamente compatíveis com sua receita financeira e disse ter seguido a orientação de Eduardo Fernando Appio. Ele também ressaltou que não teria dificuldades em declarar os R$ 980 mil integralmente. Appio, por sua vez, também em depoimento perante Sérgio Moro, garantiu ter declarado corretamente o valor total recebido pelo imóvel à Receita Federal. O negócio foi realizado em 2011. Vargas foi condenado por Moro em 2017.

FILHO DE INVESTIGADO

Eduardo Appio é filho do ex-deputado federal Francisco Appio (PP-RS), morto em novembro do ano passado, vítima de um AVC. Appio, o pai, tinha o apelido de “Abelha” nas planilhas da Odebrecht.