Segundo a colunista da Folha de SP Monica Bergamo, Lula está ansioso e triste – palavras mais brandas, normalmente usadas para descrever uma crise de depressão – por não conseguir governar.
O petista encontrou em 2023 um cenário político bastante diferente daquele com o qual se acostumou em seus primeiros governos. No caso, um congresso mais reativo e menos suscetível a incentivos via cargos e emendas.
Sem o apoio popular que teve entre 2003 e 2010, Lula não consegue pressionar o legislativo e se vê cada vez mais dependente da interferência do judiciário para avançar com suas pautas.
Suas tentativas de ganhar protagonismo no cenário internacional também falharam miseravelmente, em especial após comentários desastrosos sobre a invasão da Ucrânia; incluindo aí a acusação de que a Casa Branca estaria incentivando o conflito, ao invés de patrocinar uma solução pacífica.
Os reflexos da frustração do presidente da república puderam ser vistos em seu discurso durante participação recente em feira agropecuária na Bahia, onde acusou sem provas seu antecessor Jair Bolsonaro de crimes graves e se confundiu com os números da pandemia.
Um destempero que, no curto prazo, pode acabar lhe custando o cargo.
