O ex-ministro do supremo, e consequentemente ex-membro e presidente do TSE, Marco Aurélio Mello não poupou críticas ao tribunal eleitoral pela cassação de Deltan Dallagnol. Mello chamou atenção para alguns detalhes interessantes:
“Onde vamos parar? Algo realmente impensável. O que me assusta é a hegemonia: foi unânime. E um julgamento combinado, pelo visto, porque foi muito célere. Como é que não houve divergência? Se lá eu estivesse, seria o chato”, disse o magistrado.
“Basta você parar pra ver quem está aplaudindo essa decisão. Aí você vê que a coisa é triste. Se confirma o que o então senador Jucá disse lá atrás, quando começou Mensalão, a Lava Jato, que era preciso estancar a sangria. Qual sangria? Do combate à corrupção? Eu quero que ela aja, que ela ocorra. Nós precisamos realmente afastar do cenário o sentimento de impunidade”, completou.
Porém, não era exatamente isso que se via do ex-ministro quando ele ainda estava na ativa. Mello, por exemplo, votou contra a prisão em segunda instância, desbloqueou as contas de Marcelo Odebrecht e concedeu habeas corpus para dezenas de membros do PCC, incluindo André do Rap, um dos maiores líderes da facção criminosa.
LEI DO EX
A saída do STF fez muito bem à bússola moral de Marco Aurélio.