Na última quinta-feira, 18 de maio, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, foi vítima de um roubo na Itália. O incidente ocorreu enquanto ela estava a bordo de um vaporetto, um tipo de ônibus aquático, a caminho da 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza. Durante o trajeto, sua carteira foi furtada de dentro de sua bolsa, contendo dinheiro, documentos e cartões.
Segundo o porta-voz da ministra, a suspeita é de que o roubo tenha ocorrido por volta das 12h, enquanto Menezes gravava um vídeo para suas redes sociais, abordando a importância da participação brasileira na Bienal.
No dia seguinte, sexta-feira (19), o prefeito de Veneza, Michele Di Bari, encontrou-se com Margareth Menezes e se desculpou pelo crime. O furto foi registrado junto à polícia e está sendo investigado.
VENEZA POSSUI HISTÓRICO DE ACOLHIMENTO DE IMIGRANTES
Os índices de criminalidade na Europa passaram a crescer dramaticamente à medida que muitos de seus países começaram a receber imigrantes, principalmente africanos e islâmicos, em abundância. Veneza é historicamente uma das cidades italianas mais abertas a refugiados, mas de tanto ajudar acabou sendo obrigada a recusar novas entradas em face à crise migratória que assolou o continente entre 2016 e 2017.
Somente em 2016, a Itália recebeu mais de 181 mil imigrantes, colocando o país no epicentro da crise migratória europeia. Embora não tão afetada quanto áreas costeiras do Mediterrâneo, Veneza se tornou palco do drama enfrentado por aqueles que fogem de guerras, perseguições e extrema pobreza em busca de segurança. Em janeiro de 2017, um refugiado da Gâmbia chamado Pateh Sabally, de 22 anos, se afogou no Grande Canal de Veneza, enquanto dezenas de turistas, gravando com seus celulares, observavam. Ninguém se lançou para ajudar o jovem.
Poucos dias antes desse incidente, Sandrine Bakayoko, uma jovem de 25 anos da Costa do Marfim, faleceu devido a uma trombose pulmonar no centro de acolhimento de Cona, uma ex-base militar isolada onde a grande maioria dos refugiados da região reside. O local, que possui capacidade para acomodar apenas 400 pessoas, abrigava cerca de 1.200. As horas seguintes testemunharam uma revolta violenta, com os imigrantes acusando os funcionários de não prestarem socorro rápido o suficiente a Sandrine. O resultado foi um cenário de guerra, com móveis incendiados, eletricidade cortada e 25 voluntários se escondendo atrás de barricadas até o amanhecer.
RESULTADO
Com a precariedade vem a criminalidade. Margareth Menezes, agora, sabe disso.