Foram iniciadas na última segunda-feira, 19/06, as buscas pelo submarino Titan, pertencente à OceanGate, empresa do bilionário aventureiro norte-americano Stockton Rush. O submersível com seus cinco passageiros, dentre eles o próprio Rush, sumiu dos radares quando se dirigia ao ponto onde hoje se encontram os destroços do célebre navio britânico RMS Titanic, afundado em abril de 1912 após se chocar com um iceberg. A expedição é parte de um pacote turístico oferecido pela OceanGate ao custo individual de cerca de R$ 1,2 milhão. Apesar dos esforços e dos recursos à disposição das equipes de resgate, as chances de os tripulantes serem encontrados com vida são mínimas.

VOLTANDO NO TEMPO

Em entrevista recente (confira o áudio em inglês através do link), Stockton Rush deu a seguinte declaração:

“Quando iniciei esse negócio [OceanGate], uma das coisas que você vai descobrir é que existem outros sub-operadores por aí, mas eles normalmente empregam senhores com experiência militar em submarinos e você vai ver um monte de homens brancos de 50 anos. Eu queria que nossa equipe fosse mais jovem, inspiradora, então nós realmente tentamos contratar jovens inteligentes, motivados, porque estamos fazendo coisas que são completamente novas”.

IMPROVISOS

Em outro vídeo divulgado após o desaparecimento do submarino, alguns ‘improvisos’ chamam a atenção, principalmente pela maneira natural como Stockton se refere a eles. O veículo em si está mais para um cubículo claustrofóbico, a luz de teto foi adquirida em uma loja comum, e tudo é controlado por um laptop e um joystick similar aos de videogames.

IRONIA

O idealismo de um jovem não é nada sem a experiência de um mentor; ou àquela adquirida pelo próprio jovem. Ao entregar sua vida e as de quatro outras pessoas a seu grupo inteligente, motivado e inspirador de novatos, Stockton Rush renunciou à experiência – e, consequentemente, do senso de responsabilidade. Esses garotos e garotas passarão o resto de suas vidas lidando com essa perda. Enquanto isso, senhores brancos de 50 anos, como aqueles, cuja bagagem profissional ele dispensou, lideram as buscas por seu submarino; enquanto jovens profissionais da área os observam, aprendem e se inspiram.

CONCLUSÃO

Se a experiência de um profissional veterano não inspira um jovem aprendiz, o erro está no jovem, não no veterano. Que fique a lição.

Confira o áudio da entrevista: https://www.informationliberation.com/?id=63826