Em 21 de outubro de 2022 o TSE ordenou que o PL, partido do então presidente da república e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, retirasse do ar propaganda eleitoral que associava seu adversário, Lula, a Nicolas Maduro, ditador da Venezuela. Ontem, 28 de maio de 2023, sete meses e sete dias depois, Maduro desembarcou no Brasil, onde hoje, 29/05, se reúne com o vencedor do pleito conduzido pelo TSE: Lula.

Mas não para por aí. Em março de 2020, ainda sob administração de Donald Trump, Maduro teve sua cabeça colocada a prêmio pela Casa Branca, com uma recompensa fixada em U$ 15 milhões, o equivalente a R$ 75 milhões. Mike Pompeo, ex-secretário de Estado americano, declarava: “O povo venezuelano merece um Governo representativo responsável e transparente a serviço das necessidades das pessoas, que não traia a confiança do povo ao perdoar ou empregar funcionários públicos envolvidos no tráfico ilegal de narcóticos”. O governo mudou, o atual presidente dos Estados Unidos é Joe Biden, mas os U$ 15 milhões ainda estão à disposição de quem “oferecer informações que levem à prisão de Nicolas Maduro”, como diz o anúncio do FBI.

Assim, em meio a um conflito com traços cada vez mais fortes de guerra em escala global como a invasão da Ucrânia pela Rússia, o governo Lula faz novo aceno em direção à aliança russo-chinesa, ao mesmo tempo em que evidencia seu desdém por Estados Unidos, União Europeia, OTAN, ONU e, principalmente, nossa histórica postura de neutralidade diante de impasses diplomáticos entre nações soberanas.

O FIM DE UM CICLO

O Brasil caminha a passos largos em direção ao limbo diplomático, e desta vez o TSE não poderá resolver o problema através de uma canetada.