Durante toda sua campanha eleitoral de 2022 o então candidato Lula tratava a exploração da Amazônia Brasileira como verdadeiro sacrilégio ambiental, principalmente quando o nome de seu adversário, Jair Bolsonaro, era trazido à baila. A esquerda mundial sempre fez questão de enfatizar seu alinhamento com as pautas verdes – e, por mais que o histórico do PT não refletisse isso, era uma ideia fácil de ser vendida, em especial graças às narrativas de que a direita conservadora não era afeita ao discurso ambientalista. Mas algo aconteceu, e o agora presidente Lula subitamente passou a enxergar as riquezas da região amazônica com outros olhos.

“Na Amazônia moram 28 milhões de pessoas. E essas pessoas têm o direito de trabalhar, comer. Por isso, precisamos ter o direito de explorar a diversidade da Amazônia, para gerar empregos limpos, para que a Amazônia e a humanidade possam sobreviver”, escreveu o petista ontem, 21/05, em sua conta oficial no Twitter.

VENDA DE TERRAS PARA ESTRANGEIROS

Tramita no congresso nacional desde o fim de 2020 um projeto de lei (PL 2963/2019) que visa a facilitar a aquisição de terras brasileiras por compradores estrangeiros, medida que, caso aprovada, colocaria em risco a ordem econômica e, mais grave ainda, a soberania do Brasil. São de conhecimento geral as dificuldades da China em garantir sua própria segurança alimentar. Consequência direta disso, o país asiático se vê obrigado a depender da importação de alimentos para suprir sua demanda interna. O Brasil é um dos maiores fornecedores de grãos do governo chinês, mas caso esse projeto de lei venha a ser aprovado nada impedirá Xi Jinping de mitigar essa sujeição através do adquirimento de terras produtivas dentro de nossas fronteiras.

O autor da proposta é o senador Irajá (PSD-TO), filho da ex-ministra da agricultura de Dilma Rousseff, Kátia Abreu.

CONCLUSÃO

Livre das amarras do discurso ambientalista radical, Lula se verá em posição bastante confortável caso o PL 2963 passe pelo congresso nacional e seja sancionado. Seu plano de controle das redes sociais seria a última peça do quebra-cabeças, considerando o papel da imprensa tradicional de alijar a sociedade de toda e qualquer discussão contrária aos interesses do PT. Sem a exposição e o contraponto, a Amazônia corre o seríssimo risco de se tornar, sem que a população sequer suspeite disso, um pedaço da República Popular da China no coração do Brasil.