Hoje o STF, em decisão do ministro Nunes Marques, relator do caso, seguida por unanimidade pela Segunda Turma da corte, decidiu pela anulação da apreensão de 700 quilos de cocaína efetuada pela Polícia Federal, com participação da Polícia Civil, em Itaguaí, Rio de Janeiro, ocorrida em 2021. A operação foi tornada de conhecimento público em 01 de outubro daquele ano, através de entrevista coletiva concedida pelo Delegado Vinícius Domingues, titular da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas). Marques alegou que não havia mandado de busca e apreensão em aberto, o que torna a prova ilegal.

Um dos réus beneficiados pela decisão é o empresário Adriano Genésio dos Santos, na época com 37 anos. Santos usava sua empresa, Pollo Brasil Consultoria e Comercio Exterior LTDA, inscrita sob o CNPJ 12.381.092/0001-86, especializada em despachos aduaneiros, para facilitar suas movimentações. A cocaína apreendida estava escondida dentro de mangas (frutas) e tinha como destino a Europa. Mas, apesar da repercussão gigantesca do caso, a Pollo continua ativa; e mais, teve seu alvará de funcionamento deferido pela última vez em 29 de agosto de 2022, dez meses após a operação e dez meses antes da decisão do STF.

Como e por que uma empresa pertencente a um traficante internacional de drogas e especializada em despachos aduaneiros teve seu alvará renovado, essa é uma pergunta que só a Prefeitura de Santos poderá responder.